O que é interpretar textos? De onde vem a importância de interpretar textos?
Há muito tempo se discute sobre “analfabetismo”, e os seus níveis. Logo se chegou a conclusão de que “ alfabetizado” é aquele que consegue escrever, ler e interpretar textos; identificando entre estes, os modelos de comparação, paráfrases, paródias, entre outros.
Assim, hoje, a leitura e interpretação além de ser um dos indicadores mais importantes nas provas do ENEM, elas atestam o seu grau de instrução e competência leitora.
Para interpretar textos com sucesso, é preciso:
- LER E CONHECER DIVERSOS TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS: Diferenciando textos: VERBAIS, NÃO-VERBAIS E MITOS:
GÊNEROS TEXTUAIS – São incontáveis os gêneros textuais e, o tempo todo, escolhemos diversos deles para diversas práticas sociais, seguindo sempre a necessidade temática, a relação entre os interlocutores e a vontade enunciativa. Enquadram-se nesse rol de práticas comunicativas: diálogo face-a-face, bilhete, carta (pessoal, comercial etc), receita culinária, horóscopo, artigo, romance, conto, novela, cardápio de restaurante, lista de compras, aula virtual, piada, resenha, inquérito policial, ofício, requerimento, ata, relatório etc. Hoje, com a “cultura eletrônica”, surgem novos gêneros textuais e novas formas de comunicação (oral ou escrita) como o bate-papo on-line (MSN), blog, twitter (micro blog), Orkut, Facebook, mensagens SMS (celular) etc. Toda essa dinâmica é confirmada quando Marcuschi diz: “(…) os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social”.
TIPOS TEXTUAIS – – os tipos textuais são limitados em número, são construções textuais teóricas com aspectos sintáticos, lexicais, gramaticais, e com atenção especial aos tempos verbais, uso de advérbios etc.
Narrativo –Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Ex: Era meia-noite quando o policial percebeu dois homens entrarem na casa.
Descritivo – Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. Ex: O garoto, com bastante medo, tremia e suava frio. A casa onde ele se escondia era bastante velha e grande e estava às escuras.
Expositivo – Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias; explica, avalia, reflete. (analisa ideias). Ex: A história do celular é recente, mas remonta ao passado – e às telas de cinema.
Injuntivo – Indica como realizar uma ação
Argumentativo – é o texto em que defendemos uma idéia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela.
2.TEXTO E CONTEXTO:
ANALISAR,
COMPARAR, INFERIR, DEDUZIR, CONCLUIR, INTERPRETAR
Vamos treinar:
1) Antigamente Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtísica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas (…)
Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar, p.1.184.
O texto acima está escrito em linguagem de uma época passada. Observe uma outra versão, em linguagem atual.
Antigamente Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o próprio chamar o doutor e, depois,ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a tuberculose, feia era a sífilis. Antigamente,
os sobrados tinham assombrações, os meninos, vermes (…)
Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve mudanças relativas a:
A vocabulário.
B construções sintáticas.
C pontuação.
D fonética.
E regência verbal.
2) Leia os textos abaixo:
I – A situação de um trabalhador
Paulo Henrique de Jesus está há quatro meses desempregado. Com o Ensino Médio completo, ou seja, 11 anos de estudo, ele perdeu a vaga que preenchia há oito anos de encarregado numa transportadora de valores, ganhando R$800,00. Desde então, e com 50 currículos já distribuídos, só encontra oferta para ganhar R$300,00, um salário mínimo. Ele aceitou trabalhar por esse valor, sem carteira assinada, como garçom numa casa de festas para fazer frente às despesas.
(O Globo, 20/07/2005.)
II – Uma interpretação sobre o acesso ao mercado de trabalho
Atualmente, a baixa qualificação da mão-de-obra é um dos responsáveis pelo desemprego no Brasil. A relação que se estabelece entre a situação (I) e a interpretação (II) e a razão para essa relação aparece em:
(A) II explica I – Nos níveis de escolaridade mais baixos há dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.
(B) I reforça II – Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial garantem somente o acesso ao trabalho para aqueles de formação em nível superior.
(C) I desmente II – O mundo globalizado promoveu desemprego especialmente para pessoas entre 10 e 15 anos de estudo.
(D) II justifica I – O desemprego estrutural leva a exclusão de trabalhadores com escolaridade de nível médio incompleto.
(E) II complementa I – O longo período de baixo crescimento econômico acirrou a competição, e pessoas de maior escolaridade passam a aceitar funções que não correspondem a sua formação.
3) Álcool, crescimento e pobreza O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de agüentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.
Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações).
01. ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA
Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que:
A) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.
B) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.
C) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.
D) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.
E) o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.
PRODUÇÃO DE TEXTO
NÃO ENLOUQUEÇA: Vamos aprender a fazer redação.
Mandamentos de uma boa redação
1- Nunca esnobe – escrever difícil não é mostrar que é bom;
2- Palavrão – Nunca;
3- Criticar Universidade, autoridades e instituições – Nunca;
4- Ser negativista – demais estraga;
5- Letra grande demais – Nunca;
6- Gíria – Nunca;
7- Encher linguiça – Nunca.
TIRE O MEDO DE COMEÇAR:
Comece por:
1- Citação: o assunto sobre … pode ser analisado … quando se afirma que …
2- Pergunta – Ex: A educação escolar do jovem brasileiro, por si só, possibilita garantia de futuro?;
3- Dado geográfico – Ex: Em Criciúma Santa Catarina, oito mil jovens vivem uma aventura todos os dias: a aventura de entrar nas minas do carvão.
4- Dado estatístico: Nas universidades públicas no Brasil 70% das vagas estão nas mãos da elite.
O SEGREDO É: COESÃO E COERÊNCIA
COERÊNCIA: É escrever com clareza
COESÃO: Unir o texto através das conjunções/conectivos:
Causa, consequência,
explicação:
por conseguinte, por isso, de fato, pois, já que, de tal forma;
- Contraste, oposição,
restrição:
exceto, salvo, todavia, mas, pelo menos, contrário, contudo; - Adição, continuidade: por outro lado,
também, e, nem, não apenas, além disso, outrossim; - Semelhança,
comparação, conformidade: segundo, conforme, igualmente, semelhantemente, por
analogia, de acordo, do mesmo modo, de maneira idêntica; - Prioridade: principalmente,
sobretudo, acima de tudo, em primeiro lugar; - Condição, Hipótese: Se caso;
- Alternativa,
escolha: ou, ora, quer; - Surpresa: de repente,
inesperadamente, de súbito; - Conclusão, resumo: em síntese, em
súmula, dessa forma, logo, pois, enfim; - Dúvida: quem sabe, é
provável, talvez, possivelmente, quiçá; - Certeza, ênfase: certamente, sem
dúvida, inegavelmente, com toda certeza; - Propósito, finalidade: a fim de que, com o
fim de, para que, de.
Profª Elisabete Menezes
Dulce Favoretti disse:
Excelente forma de ensinar redação, bem descontraída e descomplicada. Parabéns! Vou usar em minhas aulas. Pode deixar que não deixarei de citar a fonte.
Esquadrão do Conhecimento disse:
Olá Dulce, que bom que gostou! Se precisar de algo mais, pode contar com o blog do Esquadrão do Conhecimento! 😉