Segunda Guerra Mundial

                       A Segunda Guerra Mundial, iniciada em setembro de 1939, foi  a maior catástrofe provocada pelo homem em toda a sua longa história. Envolveu  setenta e duas nações e foi travada em todos os continentes, de forma direta ou  indiretamente. O número de mortos superou os cinquenta milhões havendo ainda  uns vinte e oito milhões de mutilados.

                       É difícil de calcular quantos outros milhões saíram do conflito  vivos, mas completamente inutilizados devido aos traumatismos psíquicos a que  foram submetidos (bombardeios aéreos, torturas, fome e medo permanente). Outra  de suas características, talvez a mais brutal, foi a supressão da diferença  entre aqueles que combatem no fronte e a população civil na retaguarda. Essa  guerra foi total. Nenhum dos envolvidos selecionou seus objetivos militares  excluindo os civis.

                       Atacar a retaguarda do inimigo, suas cidades, suas indústrias, suas  mulheres, crianças e velhos passou a fazer parte daquilo que os estrategistas  eufemisticamente classificavam como “guerra psicológica” ou  “guerra de desgaste”. Naturalmente que a evolução da aviação e das  armas autopropulsadas permitiu-lhes que a antiga separação entre linha de  frente e retaguarda fosse suprimida.

                       Se a Primeira Guerra Mundial provocou um custo de 208 bilhões de  dólares, esta atingiu a impressionante cifra de 1 trilhão e 500 bilhões de  dólares, quantia que, se investida no combate da miséria humana a teria  suprimido da face da terra. Aproximadamente 110 milhões de homens e mulheres  foram mobilizados, dos quais apenas 30% não sofreram morte ou ferimento.

                       Como em nenhuma outra, o engenho humano foi mobilizado integralmente  para criar instrumentos cada vez mais mortíferos, sendo empregados a bomba de  fósforo, a napalm e finalmente a bomba política de genocídio em massa,  construindo-se campos especiais para tal fim. Com disse o historiador R.A.C.  Parker: “O conceito que a humanidade tinha de si mesmo, nunca voltará  a ser o mesmo”.

                       Enfim a Liga das Nações, órgão  instituído para manter a paz entre as nações, não conseguiu cumprir o seu  papel, e esfacelou mediante a corrida militarista preparada pelas nações  inconformadas pela hegemonia política e militar exercida pelos vencedores da  Primeira Guerra Mundial. Sem possuir uma única razão, essa guerra foi  consequência do exacerbado desenvolvimento industrial das nações européias. De  certa forma, levando em consideração suas especificidades, a Segunda Guerra  parecia uma continuidade dos problemas da Primeira Guerra.

                       Desta forma, a Segunda Guerra é considerada  como uma verdadeira guerra mundial, sendo uma consequência de um conjunto de  continuidades e questões mal resolvidas pelos tratados de paz estabelecidos após  a Primeira Guerra Mundial. Os confrontos foram divididos entre duas grandes  coalizões militares: os Aliados, liderados por Estados Unidos, Inglaterra,  França e União Soviética; e o Eixo, composto pela Itália, Alemanha e Japão. Em  consequência de suas maiores dimensões, os conflitos foram desenvolvidos na  Europa, Norte da África e países do Oceano Pacífico.

As guerras localizadas

                      

                        As hostilidades  começaram na Europa em 1º de setembro de 1939, quando divisões nazistas  entraram no território polonês. No dia 3, a França e a Inglaterra  declararam guerra à Alemanha.  Utilizando-se de  uma estratégia nova – a blitzkrieg,   “guerra-relâmpago” – , os alemães não tiveram dificuldade em vencer os   poloneses. Ao fim de duas semanas, a Polônia já estava derrotada. Em seguida,  os nazistas caminharam em direção à França, que foi dominada rapidamente. Nesse  meio tempo, caíram em poder dos alemães a Dinamarca, a Bélgica, a Holanda e a  Noruega.

                       Grande parte da  França ficou sob domínio alemão durante o conflito. Uma parcela da população  resistiu aos nazistas, principalmente os membros do partido Comunista Francês,  no que ficou conhecido como Resistência francesa.

                       Do território  francês, a aviação alemã começou a   bombardear os ingleses, causando sérios prejuízos materiais e humanos. A  Força A[érea Britânica (RAF), no entanto, conseguiu enfrentar os aviões nazistas  e impediu que o território inglês fosse invadido e ocupado.

                       A Itália tentou  invadir a Grécia, mas suas tropas foram derrotadas, obrigando o Exército alemão  a enviar algumas divisões para ajudar os fascistas.

                       Em 1941, ocorreu  aquele que,  para muitos historiadores,  foi o grande erro de Hitler: sem que a Inglaterra estivesse dominada, ele deu  ordens para ativar a Operação  Barbarrossa, por meio da qual invadiria a União Soviética. Estava rompido o  pacto estabelecido com Stálin dois anos antes.

                       Enquanto os alemães  conseguiam importantes vitórias na Europa, na Ásia o Japão dava prosseguimento  ao seu projeto expansionista, invadindo a China e outras regiões no Pacífico.  As rivalidades imperialistas dos japoneses com os norte-americanos, que já vinham de longa data, explodiram  com  intensidade. Em dezembro de 1941,   a base naval de Pearl Harbour, no Havaí, foi atacada  pelos japoneses, determinando a entrada dos Estados Unidos no conflito.

A Guerra Mundial 1941 – 1945

Com a entrada da  União Soviética e dos Estados Unidos e com a consolidação do Eixo  Roma-Berlim-Tóquio, as duas guerras localizadas fundiram-se em um só conflito,  de caráter realmente mundial. Em 1942, os países  do Eixo conseguiram vitórias expressivas. Lembre-se que eles já vinham se  organizando há muito para este conflito, enquanto Estados Unidos e a União  Soviética ainda teriam que dispor de tempo para se preparar adequadamente. Os  japoneses continuaram sua expansão vitoriosa, dominando a Indochina, a Malásia  e atacando as Filipinas e várias  outras  ilhas do Pacífico. Na União Soviética, a invasão alemã causou um prejuízo  violento. Tropas nazistas chegaram próximo a Moscou.

Em 1943, a sorte do Eixo  começou a mudar. Os Estados Unidos conseguiram as primeiras vitórias contra o  Japão, enquanto a União Soviética conseguia deter o avanço alemão em  Stalingrado. A partir daí, o Exército soviético passou a esmagar os nazistas,  empurrando-os de volta a Alemanha.

Em 1944, apesar de  toda a violência dos combates, já estava claro que o Eixo chegava ao seu limite  máximo de resistência e que teria cada vez mais dificuldades para continuar no  conflito. Ainda mais que, em junho desse mesmo ano, os norte-americanos e os  ingleses desembarcaram na França, e a Alemanha teve que dividir suas tropas em  duas frentes. Essa invasão foi considerada o Dia D, isto é, o dia decisivo da guerra. De fato, trata-se mais de  um mito do que uma verdade histórica, pois a Alemanha sofreu suas grandes  derrotas no lado oriental, ou seja, o maior responsável pela vitória sobre o  nazismo foi, o Exército soviético.

O Brasil na Segunda Guerra

Neste ano também, o governo brasileiro  enviou um corpo de soldados para lutar na  Itália contra os fascistas. Era a Força Expedicionária Brasileira (FEB) que,  apesar de pequena, deu sua colaboração para a vitória aliada. Em agosto de  1942, o Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália e a decisão de enviar as  tropas em 1944, além de atender a um pedido dos estados Unidos, deveu-se ao  torpedeamento de alguns navios brasileiros supostamente por submarinos alemães.

Em 1945, finalmente, a guerra  terminou, com a derrota do Eixo. Já no ano anterior a Itália se retirara do  conflito. Mussolini fora preso, mas os alemães conseguiram libertá-lo e ele  tentou reorganizar o governo. Em 1945, foi novamente preso e dessa vez  fuzilado. Em abril, a ocupação de Berlim levou Hitler e alguns de seus  auxiliares a se suicidarem. A Alemanha, em maio de 1945, estava invadida e  ocupada pelos soviéticos e pelos norte-americanos. Terminava definitivamente o  conflito na Europa.

Restava  o Japão, cujo governo continuava a estimular uma resistência que causava  significativas baixas entre as tropas norte-americanas. A resistência japonesa,  a não aceitação de uma rendição incondicional e o temor, por parte dos  norte-americanos, de uma possível participação soviética na derrota final do  Japão  levaram o governo Truman a  apressar o desfecho da guerra. Nesse contexto, explica-se o lançamento de duas  bombas atômicas nos dias 6 e 9 de agosto, respectivamente nas cidades de  Hiroshima e Nagasaki. Seguiu-se a rendição incondicional do Japão, e o  armistício foi assinado em 1945.   A guerra terminara, deixando um saldo terrível de cerca  de 50 milhões de mortos, países completamente devastados e cidades “varridas”  do mapa.

A  Europa, que já havia ficado enfraquecida com a Primeira Guerra, viu sua  situação se agravar, pois quem passava a deter a hegemonia no mundo eram os  Estados Unidos e a União Soviética.

Nos  meses finais do conflito, já prevendo a vitória, Roosevelt dos estados unidos,  Churchill da Inglaterra e Stálin da União Soviética começaram a discutir os  rumos da política e da economia mundiais.

As  principais reuniões celebradas entre os três líderes durante o conflito foram:

A Conferência  de Teerã, em 1943. Os três se comprometeram a continuar a luta até a derrota  definitiva do Eixo; decidiu-se que haveria a  abertura de uma nova frente, a ocidente, para obrigar os alemães a dividirem  suas forças.

A Conferência  de Yalta, em 1945. Novamente os três líderes se reuniram para traçar as  áreas de influencia de cada um. Por sugestão de Churchill, acatada por Stálin,  a Europa Oriental seria considerada área de influencia da união Soviética.

A Conferência  de Potsdam, em 1945. Decidiu-se pela ocupação da Alemanha e sua divisão em  quatro áreas, situação que deveria se manter até a completa desnazificação do  país. Nessa conferência, o presidente dos estados Unidos já era Truman, em  virtude do falecimento de Roosevelt.

O fim da Segunda Guerra Mundial

Quando a guerra  terminou, o mundo estava dividido: de um lado os países capitalistas e, de  outro, os socialistas. Era a chamada Guerra Fria. Até  os últimos dias da década de 1980, ainda  vivíamos sob a ameaça de um outro conflito entre as potências; e desta vez com  armas atômicas, o que significaria a destruição do mundo. Hoje, isso parece ser  um filme de ficção científica. A derrocada do império soviético colocou um fim  na polarização militar mundial.

Fonte; http://www.sohistoria.com.br/ef2/segundaguerra/p1.php

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