Aproveitamento e geração de gás carbônico pelos seres vivos

Seres fotossintetizantes, como algumas bactérias, algas e todas as plantas, conseguem aproveitar o gás carbônico livre do meio ambiente para fabricar suas estruturas e sua alimentação – glicose que pode ser reservada em forma de amido, amplamente consumido em alguns produtos de origem vegetal. Isso só é possível através do aproveitamento da energia luminosa. Ao realizarem esse trabalho, conseguem liberar oxigênio, tornando este recurso disponível para seres que respiram e dependem deste gás para tanto. Em suas células, podemos encontrar diversos tipos de pigmentos, com capacidade de se excitar frente à luz ambiente. A excitação dessas substâncias desencadeia uma série de movimentações de elétrons que levam à formação de glicose e oxigênio a partir da junção de CO2 e água.

De fato, esse mecanismo constitui um dos mais importantes reguladores do efeito estufa do planeta. A favor da utilização deste para a redução do aquecimento, acelerado pelo processo de industrialização recente, ambientalistas defendem o aumento da área verde e o consequente “sequestro” do carbono extra, disponível na atmosfera. Nem tudo são flores nesta questão, pois as plantas também liberam gás carbônico para manter sua energia celular (geração de ATP para realização de trabalhos como síntese de outras substâncias, por exemplo). A geração e o consumo deste gás estufa estavam em equilíbrio até a descoberta dos combustíveis fósseis, que acrescentam ao sistema carbono extra.

Os oceanos provaram ser um dos responsáveis pela absorção do gás carbônico atmosférico, mas, para isso, eles pagam o preço da acidificação de suas águas, o que gera um impacto muito grande nos organismos marinhos, incluindo aqueles que usam o cálcio da água para fazer alguma estrutura corporal, como observamos nos bivalves e crustáceos. Pesquisa-se se esta pode ser uma das causas de um fenômeno conhecido como branqueamento de corais (coral bleaching).
Os corais são invertebrados marinhos pertencentes à mesma classe que as anêmonas e com uma estrutura semelhante a estas. Distribuem-se pelos oceanos de todo o mundo, podendo ser solitários ou coloniais.
Estes últimos são os únicos corais que constroem recifes. Cada colônia é constituída por milhões de pequenos pólipos de coral, em que cada um segrega um fino esqueleto de carbonato de cálcio à sua volta.
O resultado é uma estrutura maciça de carbonato de cálcio, resultante da sobreposição dos esqueletos das sucessivas gerações de pólipos. O branqueamento ocorre devido ao abandono das zooxantelas, microalgas que vivem em simbiose (relação ecológica benéfica para ambos os seres) com os corais.       Estas algas possuem cores diversas, que colorem a formação branca, basicamente de carbonato de cálcio, que constitui os corais.

Ao ocorrer alguma modificação na água que estresse os corais, eles liberam as zooxantelas, ficando sem uma de suas fontes de energia. O resultado disso é o branqueamento temporário do coral, até que, em algum momento, ele seja reabitado por zooxantelas; caso contrário, ocorrerá a morte de alguns corais que não resistem ao abandono das microalgas que os ajudam a obter alimento.

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