Stephen Hawking

Com uma condição degenerativa fatal e uma mente extremamente frágil, ele desvendou os mistérios dos buracos negros.

Tudo no mundo um dia termina. E quem demonstrou isso foi Stephen Hawking.

O famoso físico britânico é uma das figuras mais conhecidas na atualidade. Enquanto debatem se ele é digno de sir Isaac Newton, fato é que ele passou 30 anos na cátedra que já pertenceu ao pai da gravitação na Universidade de Cambridge, depois de obter resultados revolucionários no campo da cosmologia.

A carreira dele já seria fantástica para uma pessoa qualquer. Mas, Hawking se agigantou ao contrariar a previsão dos métodos de que não sobreviveria a uma doença degenerativa rápida e moral conhecida como esclerose múltipla amiotrófica.

Foi em 1962, aos 20 anos, que o físico começou a manifestar os primeiros sintomas da doença. De progressão usualmente acelerada, ela é caracterizada pela crescente paralisia de respirar e a morte. O médico previu que o Hawking não viveria mais de três anos.

Contudo, a doença se estabilizou e entrou numa marcha lenta sem precedentes. Não que Hawking não tenha pago um alto preço, com a crescente perda de controle do corpo. Mas, surpreendendo a todos, o cientista conseguiu ter uma carreira e uma vida plenas, tendo filhos e chegando a aposentadoria .

“Ele é um físico excelente numa situação incomum”, diz Nathan Berkovits, pesquisador da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), em São Paulo, resumindo a reputação de Hawking.

O maior feito científico do físico inglês foi demonstrar que os buracos negros não são completamente negros, mas emitem uma pequena quantidade de radiação.

Até então, pensava-se que esses objetos – normalmente fruto da implosão de uma estrela de alta massa que esgotou seu combustível – fossem mortais. Como nada consegue escapar de seu campo gravitacional, inclusive a luz, o futuro do Cosmo tenderia a ter somente buracos negros gigantes, que permaneceriam para todo o sempre.

Contudo, ao combinar efeitos da mecânica quântica à relatividade geral, Hawking descobriu que a energia do buraco negro poderia “vazar” lentamente na forma de radiação. Com isso, ao longo de zilhões de anos, até mesmo esses aparentemente indestrutíveis objetos tendem a deixar de existir.

Se Hawking cativou os físicos com essa previsão surpreendente, ele conseguiu capturar com igual habilidade a imaginação do público com vários livros de divulgação científica, a começar pelo best-seller Uma Breve História do Tempo, de 1988.

A imagem do “gênio preso a uma cadeira de rodas que se comunica por um sintetizador de voz” era irresistível demais para a mídia, e Hawking soube usar sua fama em favor de causas importantes, como a defesa dos direitos dos deficientes físicos e a dvocacia da exploração espacial.

Convencido de que a humanidade precisa colonizar outras partes do Cosmo para sobreviver, Hawking pe um dos primeiros passageiros na lista de espera da empresa Virgin Galactic, que deve realizar voos suborbitais nos próximos anos. Ele espera seguir usando sua imagem, agora, para promover a conquista do espaço.

Celebridade Científica
  • 1992 – Hawking participa como ele mesmo, de um episódio da série de TV Jornada nas Estrelas – A Nova geração.
  • 1994 – O grupo Pink Floyd inclui trechos de falas do sintetizador de voz de Hawking na musica Keep talking
  • 2007 – Aos 65 anos, faz um voo parabólico em avião que simula a sensação de ausência de gravidade que se sente no espaço.
  • 2012 – HAwking faz uma ponta no episódio de The Big Bang Theory e corrige um cálculo de Sheldon.

Veja o filme produzido pela BBC sobre a vida do Físico, disponível no Youtube!

Fonte: Revista Super Interessante – Por dentro da mente de 29 Gênios. Coleções. Edição 304-A. Maio, 2012.

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